A fidelidade não surge do medo nem da obrigação, mas de um coração profundamente grato. Quando reconhecemos tudo o que Deus já fez… Salvação, perdão, cuidado, provisão e futuro, a fidelidade se torna uma resposta natural. Um filho grato honra o Pai não apenas com palavras, mas com escolhas diárias que refletem amor e compromisso. Foi sobre este tema que o nosso pastor Ricardo Pereira apresentou neste sábado, dia 13 de dezembro de 2025, na Comunidade Adventista Nosso Refúgio, aqui em Bruxelas.
Provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele confia. Salmos 34:8
Gratidão é o solo onde a fidelidade cresce. Sem ela, qualquer obediência se torna pesada e mecânica. Com ela, a fidelidade se transforma em privilégio.
Desde o Éden, Deus estabeleceu um teste simples: confiança e fidelidade. Adão e Eva tinham tudo o que precisavam para viver, mas havia algo que não lhes pertencia — a árvore do conhecimento do bem e do mal. Ela era santa porque pertencia a Deus.
O erro não foi a fome, nem a necessidade. Foi a cobiça, o desejo por aquilo que não era deles. A fidelidade foi quebrada quando tentaram suprir, por conta própria, algo que Deus já havia plenamente provido.
Esse princípio permanece até hoje: Deus sempre provê, mas continua testando nossa fidelidade.
Na Bíblia, aquilo que pertence a Deus é chamado de santo. E Deus continua separando coisas que nos lembram, diariamente, quem é o Senhor e quem somos nós.
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Nosso corpo é templo do Espírito Santo — não nos pertence;
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O dízimo é santo — não é sobra, é primícia;
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O sábado é santo — não é um dia qualquer, é separado.
Fidelidade é saber onde não tocar. Não porque falte liberdade, mas porque existe relacionamento.
Ser fiel no pouco revela maturidade espiritual
A Bíblia é clara: “Quem é fiel no pouco, sobre o muito será colocado.”
Fidelidade não se prova em grandes gestos, mas nas pequenas decisões invisíveis:
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Honestidade quando ninguém vê
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Integridade em detalhes aparentemente insignificantes
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Coerência entre fé e prática
A grande pergunta não é apenas se confiamos em Deus, mas se Deus pode confiar em nós. Deus não precisa de recursos, afinal, Ele é dono do ouro e da prata. O dízimo não existe para suprir Deus, mas para revelar quem supre quem. Quando devolvemos o que é santo, declaramos:
“Eu não dependo desse valor para viver. Eu dependo de Deus.” Ricardo Pereira
É por isso que a Bíblia desafia: “Provai-me nisso.” Não é teoria. É experiência. Quem prova, vê. Deus libertou Israel do Egito antes de entregar os mandamentos. A obediência veio depois da libertação. Por isso, os mandamentos não são imposições, mas promessas de uma vida alinhada com o amor.
Somos livres para obedecer. Livres para descansar. Livres para confiar. Livres para não tocar no que é sagrado. A fidelidade não tira nada de nós. Ela nos protege.
O sábado: um memorial de confiança
Guardar o sábado é declarar semanalmente:
“Deus é meu Criador e Provedor.” Ricardo Pereira
Não precisamos do sétimo dia para sobreviver. Deus já nos deu seis. O sábado não é perda, é descanso. Não é obrigação, é sinal de relacionamento. É a mesma lógica do Éden: Deus já proveu tudo.
Essa é uma das promessas mais fortes das Escrituras. Deus não falha. Nunca houve alguém que obedeceu a Deus de coração e ficou sem Sua bênção. A fidelidade pode até ser testada, mas nunca será ignorada. Ela abre portas. Amplia fronteiras. Protege colheitas. E glorifica o nome do Senhor.
Fidelidade é deixar Deus ser Deus
Fidelidade é reconhecer que Ele é o Senhor — e nós, Seus filhos. É confiar que Ele sabe o que faz. É não tocar no que é santo. É viver uma fé prática, diária e transformadora.
No Éden havia uma árvore. Hoje, existem princípios. O significado é o mesmo. Deus continua procurando filhos e filhas fiéis.
