Virgem Maria é vista com grande respeito e reverência, mas sem as ênfases marianas típicas de algumas tradições cristãs, como a católica. Nós, pertencentes do protestantismo reconhecemos o papel singular de Maria como a mãe de Jesus Cristo, o Salvador do mundo, e a consideramos um exemplo de fé, humildade e obediência a Deus. No entanto, não a adoramos nem a veneramos, seguindo o entendimento bíblico de que somente Deus é digno de adoração. Essa foi a mensagem apresentada pelo nosso diretor, Jean Oliveira.

Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. I Timóteo 2:5
Maria foi escolhida por Deus para uma missão especial: ser a mãe de Jesus, o Filho de Deus encarnado. A Bíblia descreve Maria como uma jovem humilde e fiel, que respondeu ao chamado divino com palavras de total entrega: “Sou serva do Senhor; que aconteça comigo conforme a tua palavra” (Lucas 1:38). Sua disposição em aceitar um papel tão desafiador, em um contexto social e cultural difícil, destaca sua confiança plena em Deus.
Os adventistas enfatizam que Maria foi altamente favorecida por Deus (Lucas 1:28), mas não acreditam que ela seja divina ou possua atributos sobrenaturais. Ela é considerada uma mulher justa e fiel, escolhida por sua disposição de servir a Deus, mas ainda uma ser humano como qualquer outro, necessitada da graça divina para a salvação.
Maria foi uma mulher comum que desempenhou um papel extraordinário na história da redenção. Assim como todos os seres humanos, ela também era pecadora e necessitava da salvação proporcionada por Cristo. Não há base bíblica, segundo os adventistas, para afirmar que Maria era imaculada (livre do pecado) ou que tenha tido uma concepção virginal própria, como ensina a doutrina da Imaculada Conceição no catolicismo. A Bíblia não atribui a Maria nenhum papel de mediadora entre Deus e a humanidade (1 Timóteo 2:5).
Maria aparece nos Evangelhos como uma figura de apoio ao ministério de Jesus. Ela estava presente em momentos cruciais, como no primeiro milagre em Caná (João 2:1-11) e ao pé da cruz (João 19:25-27). Contudo, após o relato de Atos 1:14, em que Maria está entre os discípulos em oração no Cenáculo, a Bíblia não menciona mais sua participação na história da Igreja. Esse silêncio reforça, para os adventistas, que Maria não ocupa um papel central na intercessão celestial ou na devoção cristã.
Destacamos que o foco da adoração e devoção cristã deve estar em Jesus Cristo, que é o único mediador entre Deus e os homens (Hebreus 8:6; 1 Timóteo 2:5). Reconhecemos que o exemplo de Maria inspira fé e obediência, mas rejeitamos doutrinas como a veneração de imagens de Maria, a oração dirigida a ela ou a crença em sua assunção corporal ao céu, pois essas ideias não encontram suporte claro nas Escrituras.
Maria é vista como uma mulher de fé e coragem, que desempenhou um papel vital na vinda de Cristo ao mundo. Sua vida é um exemplo de obediência humilde e disposição para servir a Deus. No entanto, os adventistas acreditam que ela não deve ser adorada ou venerada, pois o foco do culto cristão deve ser exclusivamente Jesus Cristo, o Salvador. Maria é respeitada e lembrada com gratidão, mas sua função é entendida como parte do plano de Deus, subordinada à missão redentora de Jesus.