Na vida, todos nós já empurramos um “carrinho desgovernado” no supermercado, né? Às vezes, ele tem uma roda quebrada e vai para onde não queremos, e por mais força que façamos, insiste em sair daquela linha imaginária que desenhamos nos corredores. Essa foi a hipérbole que o Pr. Eliezer Oliveira usou em sua mensagem neste sábado, na Comunidade Adventista em Bruxelas — Nosso Refúgio, para falar sobre como homens e mulheres de Deus também enfrentaram momentos de descontrole, tropeço e recomeço.

Pela terceira vez, ele lhe disse: “Simão, filho de João, você me ama?” Pedro ficou magoado por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez “Você me ama?” e lhe disse: “Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que te amo”. Disse-lhe Jesus: “Cuide das minhas ovelhas. João 21:17
O pastor começou com uma reflexão de uma cena simples, meio que cotidiana em nossas vidas: Quem nunca tentou empurrar um carrinho de supermercado que teimava em puxar para um lado só? É irritante, desgastante, e mesmo assim, às vezes insistimos em seguir até o final da compra com aquele carrinho defeituoso. O paralelo é claro: Há momentos em que nossa vida parece seguir o mesmo caminho (trêmula, desalinhada, difícil de conduzir).
Pedro foi um desses “carrinhos desgovernados”. Impulsivo, teimoso, sincero até demais, corajoso e medroso ao mesmo tempo. Ele andou sobre as águas, mas também afundou; jurou fidelidade a Jesus, mas o negou; dormiu quando devia vigiar; discutiu quando devia ouvir. E ainda assim, foi com ele que Cristo contou para cuidar das Suas ovelhas. Isso é o máximo! Pois a bíblia prova a cada história que as técnicas vendáveis de literatura meio de mitos e heroísmos não se aplicam a palavra de Deus. Afinal, que publicidade é essa em relatar defeitos de seus personagens? Notaram que o foco é em Quem transforma e não sobre quem recebe o chamado?
A mensagem é profunda: O problema não é o carrinho, mas quem o empurra. Pedro só começou a afundar quando tirou os olhos de Jesus. Enquanto sua fé o mantinha focado no Mestre, ele caminhava firme (mesmo sobre a tempestade). Mas bastou olhar para o vento e o medo, e ele perdeu o equilíbrio. Assim somos nós quando em alta ansiedade, a pressa ou o desânimo tomam o lugar da confiança, perdemos a direção.
O pastor Eliezer também nos lembrou que Jesus não esperou a tempestade passar para agir. Ele foi ao encontro do barco em meio ao caos. Deus não age apenas quando o mar se acalma; Ele vem ao nosso encontro enquanto ainda estamos lutando com as ondas. A fé não é só pensar que Deus pode. É dar passos em direção a Ele mesmo quando o chão parece água.
Em uma parte tocante, o Eliezer contou histórias reais de pessoas que aprenderam a deixar Deus conduzir o carrinho: uma jovem que venceu o vício das redes sociais trocando “scrolls” por Evangelhos; um homem que pediu ajuda para se libertar de conteúdos que o afastavam da pureza; e uma mulher que, ao buscar descanso em um sábado qualquer, encontrou sentido espiritual na pausa que a aproximou do Criador.
No fim, o pastor nos convidou a refletir: quando estamos deixando o nosso carrinho bater na prateleira?
Será nas comparações que fazemos, na pressa de viver, nos hábitos que nos afastam da presença de Deus? Ou será que já é hora de trocar de mãos e deixar Jesus conduzir a direção?
Não é o quão firme andamos, mas quão firme é a mão que nos segura. Essa mão, a mão de Cristo, continua estendida, firme, paciente, pronta para nos erguer todas as vezes que vacilamos.
Na Comunidade Adventista Nosso Refúgio, cremos que essa é a boa notícia do Evangelho: Mesmo quando nos sentimos desgovernados, existe um Deus que sabe exatamente o caminho de volta.